(Xuxa e Ivete Sangalo, discutiram sobre o assunto no alta horas)
Imagine que você tem um controle remoto capaz de repetir inúmeras vezes as deliciosas sensações que se esparramam por todo o seu corpo no momento do orgasmo. Não seria o paraíso? Embora os sexólogos afirmem que apenas 15% do total de mulheres orgásticas (que alcançam o clímax durante o sexo) relatem esse tipo de êxtase prolongado, eles são unânimes em apontar que qualquer uma pode ter um orgasmo múltiplo – e o controle que irá desencadeá-lo está dentro de você. “Do ponto de vista físico, todas são capazes de experimentar esse prazer em algum momento da vida”, afirma a sexóloga Maria do Carmo de Andrade Silva, coordenadora do mestrado de sexologia da Universidade Gama Filho, do Rio de Janeiro. Apesar de a idéia – e o próprio nome – soar excitante para a maioria de nós, ainda existem dúvidas a respeito do que seja de fato um orgasmo múltiplo, como ele acontece e o modo como é desencadeado. Enquanto o normal dura de quatro a oito segundos, o múltiplo pode totalizar vinte segundos, apresentando, em média, oito ou mais pulsações na região pélvica durante esse período. Segundos após uma mulher ter alcançado o clímax, a contração do útero e a dos músculos que sustentam a vagina e todas as demais sensações envolvidas durante o orgasmo (como o aumento da pressão arterial, a taquicardia, a vermelhidão da pele etc.) são repetidas uma ou mais vezes em seguida, sem que se retorne ao estágio inicial de excitação nem seja preciso um descanso antes de obter um novo orgasmo. Porém, isso só acontece se a estimulação for contínua. “Durante o período em que começa a entrar em declínio do orgasmo, a excitação precisa se manter em um nível elevado”, diz a sexóloga Marilene Cristina Vargas, diretora do Núcleo de Sexologia de Curitiba e autora do livro Manual do Orgasmo Ano 2000.
Da mesma maneira como um orgasmo único pode ser mais ou menos profundo ou prazeroso, o múltiplo também possui variações de intensidade. “A forma de manifestação dessas sensações é extremamente variável de mulher para mulher”, explica Maria do Carmo de Andrade Silva.
As fases do prazer para se chegar a um orgasmo, seja ele único ou múltiplo, corpo e mente passam por um ciclo formado por quatro fases distintas. Digamos que você esteja na presença de um homem atraente, seja acariciada ou se recorde de repente de situações tremendamente excitantes e sensuais. Tudo isso funciona como um gatilho que desperta a sua excitação, fazendo com que o tecido do seu clitóris se torne erétil e os lábios vaginais internos e externos cresçam de volume, em razão de um maior afluxo sanguíneo. É desse jeito que se inicia a primeira fase – fundamental para que ocorra a vasodilatação que faz com que as paredes da vagina liberem fluidos lubrificantes. “A umidade é um sinal específico de que a mulher está respondendo de forma física e psicológica positiva aos estímulos eróticos”, explica a terapeuta carioca Sandra Baptista, mestre em sexologia. É nessa primeira etapa que os mamilos ficam eretos, as aréolas se dilatam e acontece o alargamento da terça parte interior da vagina, para abrir espaço ao pênis.
Na segunda fase, a excitação se mantém elevada, chega com nitidez ao córtex cerebral e a irrigação sanguínea permanece forte. Essa etapa também é conhecida como platô, e, quanto mais prolongado for esse momento, maior será a probabilidade de se experimentar um orgasmo poderoso no momento do clímax, ou seja, a terceira fase do ciclo.
A quarta fase é o início do declínio da excitação sexual até o descanso final. Na mulher multiorgásmica, essa queda não é completamente zerada, caso ela continue a receber estimulação. Costuma descer até a fase do platô, para então retomar o impulso que leva a um segundo orgasmo, e assim sucessivamente até que a mulher fique cansada ou satisfeita. Para exemplificar em números, tendo 1 como a fase inicial da excitação, e 10 para a resolução final, digamos que após as primeiras contrações orgásticas, a mulher retorne para o grau 6 ou 7, atingindo novamente o 10, e assim por diante, permitindo que o nível de excitação se mova para cima e para baixo, sem entrar no período refratário.
Segundo os especialistas, as mulheres que apresentam maior probabilidade de obter orgasmos múltiplos estão entre 35 e 40 anos, embora isso nada tenha a ver com o aspecto cronológico, mas sim com o cultural e o sexual. “Em geral, aos 40 anos, elas já alcançaram seu pico de potência sexual, têm mais intimidade com o corpo e não sentem vergonha da própria sexualidade”, afirma Marilene Cristina Vargas.
O caminho das pedras .
Os especialistas ensinam como alcançar o prazer sem limites. Veja como:
Masturbar-se Conhecer o próprio corpo e as carícias que a excitam ajuda no desencadeamento das sensações de prazer. Além disso, por meio da masturbação se aprende a controlar o momento do orgasmo, reduzindo ou aumentando o ritmo. “As mulheres que relatam um orgasmo múltiplo argumentam tê-lo conseguido com a masturbação ou recebendo sexo oral, em que se pressupõe que a estimulação clitoriana é mais adequada para esse tipo de sensação do que a penetração”, diz Maria do Carmo Andrade Silva. Outro argumento é que, acompanhadas, algumas delas muitas vezes acabam se preocupando mais com a performance ou em agradar o par, e se esquecem de prestar atenção nelas.
Ser versátil Experimentar várias posições e descobrir qual intensifica o prazer é uma das maneiras mais fáceis de chegar ao orgasmo múltiplo. Também vale usar acessórios diferentes, como um vibrador ou um lubrificante aquoso.
Excitar-se ao máximo Não comece a pensar em sexo apenas na cama, mas antes mesmo de chegar em casa. Quanto mais tempo tiver para o “aquecimento”, mais ligado seu corpo estará e mais intensos (e talvez múltiplos) serão seus orgasmos. Detalhe: você precisa ter intimidade com o seu amor para colocar a timidez de lado e pedir as carícias nos pontos certos. “Mesmo quando o homem ejacula rapidamente, isso não o impede de continuar excitando a parceira, beijando-a “, afirma a terapeuta Sandra Baptista.
Controlar a respiração Um jeito bastante conhecido pelos praticantes de ioga e iniciados nas técnicas sexuais orientais é prender a respiração por alguns segundos para atrasar um orgasmo iminente e, assim, intensificar a sensação. “Ele se torna mais forte e com o tempo passa a ser desencadeado até mesmo pelo simples roçar da pele”, garante Mestre De Rose, presidente da Confederação Nacional de Yôga.
Praticar exercícios especiais “A estimulação direta de músculos ligados ao aparelho genital (como os músculos pubococcígeos, ou PC) realmente melhora a função sexual e a capacidade de ter orgasmos mais intensos e repetidos”, esclarece a sexóloga Marilene Cristina Vargas. A especialista recomenda os seguintes exercícios:
Deitada e com as pernas flexionadas, contraia todos os músculos da região glútea durante quatro segundos, elevando o corpo de forma a que ele fique suspenso apenas pelas costas e pelos pés. Repita dez vezes, duas vezes ao dia.
Contraia os músculos vaginais começando pela parte externa da vagina e fazendo com que ela seja engolfada em direção ao umbigo. Mantenha a contração por quatro segundos. Repita diariamente, pelo menos vinte vezes.
Deitada no chão com as pernas paralelas ao tronco, contraia os músculos abdominais, o glúteo, o esfincter uretral e os músculos vaginais (pubococcígeos). Conte até quatro antes de soltar e repita o exercício por dez vezes.
Coloque as pernas flexionadas na base de uma parede em frente e vá escalando até o alto, de modo que você fique quase apoiada pelos ombros. Ao mesmo tempo, contraia os músculos abdominais, a nádega e o esfincter uretral.
Faça movimentos de sugar e expulsar com a vagina vinte vezes uma vez ao dia ou mais. “Esses exercícios ajudam a facilitar as contrações espontâneas de sua musculatura que ocorrem durante o orgasmo”, explica a dra. Marilene Vargas.
Que tipo de orgasmo é o seu?
Compare o seu jeito ao destas mulheres.
big-bang “Gasto um bom tempo com as preliminares antes de ficar no ponto, mas aí quero ser penetrada forte. Quando tenho um orgasmo, sinto espasmos percorrendo meu corpo inteirinho.”
instantâneo “Beijos apaixonados e uma conversa picante me deixam tão acesa que, quando meu namorado me toca, chego lá na mesma hora. Meu clímax é uma explosão intensa e imediata.”
montanha-russa “Para ter orgasmos múltiplos, preciso de estimulação direta no clitóris. Com o dedo ou a língua, subo aos céus – o primeiro é mais curto e intenso, os outros sacodem dos pés à cabeça.”
Onde ele entra nessa história
Embora a principal patrocinadora de um orgasmo múltiplo seja você mesma, contar com o auxílio de um par receptivo é fundamental. Algumas coisas que ele pode fazer por você:
estimular a parte interna das suas coxas, o monte de Vênus e os lábios vaginais antes de chegar ao clitóris (essas carícias impulsionam a irrigação sanguínea para a área da pélvis).
usar as mãos e os dedos para estimular o seu clitóris e explorar a localização exata do seu ponto G.
Onde ele entra nessa história
Embora a principal patrocinadora de um orgasmo múltiplo seja você mesma, contar com o auxílio de um par receptivo é fundamental. Algumas coisas que ele pode fazer por você:
estimular a parte interna das suas coxas, o monte de Vênus e os lábios vaginais antes de chegar ao clitóris (essas carícias impulsionam a irrigação sanguínea para a área da pélvis).
usar as mãos e os dedos para estimular o seu clitóris e explorar a localização exata do seu ponto G.
fazer um caprichado sexo oral em você.
no momento da penetração, introduzir o pênis gradativamente, retirá-lo e tornar a introduzir.
aprender técnicas de controle da ejaculação.
conjugar a penetração com a estimulação de outras zonas erógenas do seu corpo, como os seios, nádegas e clitóris.
Autoria: Dalila Magarian
Dicionário de cama 